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Nossa Senhora do Carmo


Depois de Jesus Cristo, sem dúvida na distância que vai do Infinito ao finito, há uma criatura que foi também o grande louvor de glória da Santíssima Trindade. Foi ela que respondeu plenamente à eleição divina, de que fala o Apóstolo: manteve-se sempre «pura, imaculada, irrepreensível» aos olhos de Deus três vezes santo. A sua alma é tão simples. Os movimentos de tal modo profundos que não se pode surpreendê-los. Parece reproduzir na terra essa vida que é a do Ser divino, o Ser simples. Pois é tão transparente, tão luminosa que seria possível tomá-la pela luz, e, no entanto, não é senão o «espelho» do Sol da justiça!...

«A Virgem conservava todas estas coisas no seu coração»: é a inteira história dela que assim se pode resumir nestas breves palavras! Foi no seu coração que ela viveu e em tal profundidade que o olhar humano não a consegue seguir. Quando leio no Evangelho «que Maria percorreu diligentemente as montanhas da Judeia» para ir cumprir o seu ofício de caridade junto a sua prima Isabel, vejo-a passar tão bela, tão calma, tão majestosa, tão recolhida interiormente, com o Verbo de Deus. Também a sua oração, como a d’Ele, foi sempre esta: «Ecce, eis-me aqui!» Quem? «A serva do Senhor», a última das suas criaturas: ela, a sua Mãe! E tão verdadeira foi na sua humildade, porque sempre de si mesma esquecida, ignorante e liberta. Por isso, podia cantar «O Todo-Poderoso fez em mim grandes coisas, doravante as nações chamar-me-ão bem-aventurada.»


Santa Isabel da Trindade, Último Retiro, 40

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