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João da Cruz, “grande aos olhos de Deus”

Atualizado: 6 de dez. de 2019


De acordo com os resultados das mais recentes pesquisas, a estatura de João da Cruz aproximava-se de 1,60 m. Teresa de Jesus insistia em sublinhar que o seu primeiro descalço era de pequena estatura, escrevendo «como é tão pequeno», «pequenino». Utilizava os diminutivos «meu senequita», «aquele santinho do frei João», nunca se referindo à sua falta de sabedoria, nem à sua pouca santidade, mas apenas à sua estatura física franzina.

Contudo, junto à pequena estatura, Teresa destaca sempre as suas qualidades morais e mentais, condensando assim o seu julgamento: «embora pequenino, entendo que é grande aos olhos de Deus». Nas suas conversas ou por escrito, não se cansa de chamá-lo «santo», ou «muito santo». Como quem canoniza o frade João, escreve a Dom Teutónio de Bragança, bispo de Évora: «um dos religiosos que chamam frei João da Cruz, todos o têm por santo, e creio que não exageram». Também o canoniza junto do rei Filipe II: «E este frade tão servo de Deus está tão enfraquecido pelo muito que tem padecido, que temo pela sua vida»; tinha dito um pouco antes: «um frade descalço tão grande servo de Nosso Senhor…; de modo que o têm como santo, e na minha opinião, é-o, e tem-no sido toda a sua vida ». Continua com muito pormenor para nos deixar um perfil bem conseguido: «homem celestial e divino»; «na minha opinião, é uma grande peça»; «tem o espírito de Nosso Senhor»; «sei da sua grande caridade »; «grande tesouro», «muito espiritual e de grandes experiências e letras» . Nele se encontra «tanta graça acompanhada de tanta humildade»; jura pela lealdade do frei João; «tem muita oração e bom entendimento»; «é são ». Teresa sabe e proclama sempre que «viveu sempre uma vida religiosa de muita perfeição »; «ao falar com ele, fiquei muito contente»……

Desde os reconhecimentos precisos de Santa Teresa até à experiência que podem viver na actualidade os leitores da sua biografia e livros, São João da Cruz aparece como uma daquelas pessoas que, segundo ele, «normalmente trazem um não sei quê de grandeza e dignidade, que causa admiração e respeito aos demais, devido ao efeito sobrenatural que esta próxima e familiar comunicação com Deus irradia no sujeito» (CB 17,7).

(segundo José Vicente Rodríguez, Talla de San Juan de la Cruz, Revista de Espiritualidad 56, 1997)

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